APIDays

Esta semana estive em Londres atendendo o evento ApiDays. Uma vez ao ano eu participo de um evento externo, em adição a estudar sozinho, é importante encontrar colegas de profissão e conversar sobre o que acontece nas trincheiras. Para a minha surpresa, IA não foi o tema central, assisti por volta de 30 palestras e apenas 4 eram especificamente sobre IA. Dois grandes temas no evento:

Governança de API’s: Ênfase dada ao ciclo de vida das API’s: definição->design->desenvolvimento-> testes->publicação->operação. O que eu vou levar para casa:

  • A importância da documentação, ela é o ponto central da sua API, seja ela consumida pelos desenvolvedores, seja ela lida por robôs.
  • O papel dos padrões no design. Este é um mercado em ascensão e seus consumidores esperam que você siga OpenAPI, AsyncAPI, Semantic Versioning, HTTP response codes, Protocol Buffers definition language.
  • Sua operação tem que prever liberdade de escolha, não assuma um cloud provider, não force um gateway.

Democratização de API’s: Aqui há 2 visōes que estão convergindo, por um lado experts dizem que devemos desenvolver as API’s pensando em devops e gitops. Esta visão coloca uma grande importância nos aspectos de governança mencionados no item anterior; em adição, esta visão ressalta interoperabilidade e composibilidade como atributos essencias para API’s modernas. Por outro lado, se olharmos para a composição mais comuma das empresas, apenas 10% são da área de tecnologia (pesquisa da Gartner exibida em uma das palestras); temos 49% de usuários finais e 41% classificados como analistas de negócio tecnólogos. Estes 41% criam soluções de tecnlogia ou de análise a partir das soluções que a área de TI fornece. Eles cunharam o termo ‘mundo da economia pós-API’ para abraçar este pessoal que tem ter acesso facilitado às API’s. Quanto mais simples for, mais fácil será para produtos inovadores surgirem a partir da informação disponível. Esta segunda visão aposta em API’s abertas e públicas, aposta em ecossistemas e marketplaces.

Vou citar 2 ferramentas que testei no evento e achei fantásticas:

Superface.ai: OK, existem catálogos de API’s, sabemos do conceito de observabilidade, como lidar com API’s que são similares porém com formatos diferentes? Pense no wttr.in e no OpenWeatherMap, ambas permitem que você veja se vai chover hoje em Londres. Mas a similaridade termina aí, é necessário fazer o código para cada uma delas. Mais, se uma delas estiver indisponível você é responsável por rotear o pedido. O Superface lida com isto: (1) você fala qual o seu contrato (2) o Superface tem agentes autônomos que descobrem API’s condizentes com o seu contrato e mapeia o seu contrato para o contrato das API’s que ele localizou. (ok, aqui tem IA 🙂)

Mocking servers do Postman: eu uso Postman frequentemente para testar API’s, e descobri que nele você pode prototipar a sua API. Desenhe seus métodos, especifique os contratos a partir de exemplos e o Postman cria a documentação e um endpoint. Quando eu queria pensar em uma API, usava o httpbin, isto é muuuito mais bacana.